quinta-feira, 3 de setembro de 2009

RACIONALISTA, até quando?...

Com a colaboração de Jules Boucher:

O Indivíduo deve poder romper a casca mental, isto é, fugir do racionalismo esterilizante, para atingir a transcendência; somente depois de romper essa casca é que se torna possível o acesso ao verdadeiro crescimento.
Todos os símbolos abrem portas, sob a condição de não nos atermos apenas, como geralmente acontece, ás definições morais.
São muitos os que se declaram racionalistas e que qualificam de simbolistas, com nuança pejorativa, aqueles que tomaram consciência do valor do Simbolismo.
Analisando o vocabulário racionalista e contatamos os limites por ele impostos. O Racionalista recusa-se a levar em consideração tudo o que vai além dos limites de seu entendimento. Sua concepção e seu conhecimento do mundo arriscam-se, por isso, a ser consideravelmente anestesiados, à medida de sua inteligência e de seu saber. E essa posição intelectual prova ser realmente lamentável. Tal atitude de limitação, para ser lógica, suportaria uma vasta cultura; desse modo o racionalista comum só pode confiar naqueles que professam sua fé e que considera mais sábios do que ele próprio. Ele pode, portanto, ater-se às leis físicas e psicológicas conhecidas e deve rejeitar tudo o que vem alem dessas leis.
Estranho amesquinhamento de sua concepção do Universo.
O racionalista faz alarde de ser científico e de que não passa de um cientista; ele admite que a Ciência faça conhecer as coisas tais como elas são, que ela resolve todos os problemas e que ela basta para satisfazer todos os desejos da inteligência humana. Para admitir um fato, a ciência exige que ele possa ser repetido à vontade; ela exige também que ele se enquadre em suas leis gerais.
Ora, existe uma série de fenômenos que não satisfaz essas condições e cuja realidade não é, absolutamente, objetiva.
O Racionalista fixa-se em sua concepção e dela faz um dogma, agindo assim como um fanático, exatamente como os fiéis de não importa qual religião, para os quais não existe salvação fora dos dados teológicos que lhes são próprios.
A ciência, afinal, não passa de uma crença que se apóia em hipóteses continuamente renovadas; é inútil e ilusório pedir a ela o que ela não pode dar: conhecimento espiritual.
O conhecimento ou a inteligência do divino não basta para unir os fiéis a Deus; se assim fosse os filósofos, por suas especulações, realizariam a união com os deuses.
É a execução perfeita e superior à inteligência de atos inefáveis, é a força inexplicável dos símbolos que fornece o conhecimento das coisas divinas.

2 comentários:

  1. Muito bom seu artigo, eu me identifico ja que durante muito tempo FUI um Racionalista.
    TFA. Raul.

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  2. "Transcendência", ou seja, aceitar um Jesus ou um Maomé? Aceitar um Deus antropomórfico, monoteísta ou politeísta?
    Quais são os "limites do nosso conhecimento"? A resposta para esses limites então é seu Deus? Da mesma forma que quando não tínhamos conhecimento dos processos físico-químicos em dias de chuva na geração de trovões e alguns povos os atribuíam a Zeus, o senhor considera que ainda não entendermos os mecanismos que geraram o Universo é uma prova da existência de seu Deus? Conforme Carl Seagan, em "O Mundo Assombrado por Demônios", a religião encontra subterfúgio nos poucos desconhecidos que vão sendo gradativamente minados pela ciência.
    O racionalista não se baseia com "fé" na ciência. Para ele, tão pura e simplesmente não existe mecanismo mais eficaz para descoberta da verdade natural. Se sua religião der essa resposta, o racionalista de bom agrado é capaz de aceitá-la.
    É lamentável da parte do racionalista ver pessoas que passarão a vida inteira acreditando em uma mentira tão ingênua.

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